Com a proximidade da maturidade, se tem um assunto que permeia a maioria dos nossos pensamentos eh …velhice e morte.. Terei qualidade de vida na velhice? Terei condições de me sustentar dignamente na velhice?

Infelizmente, nem todo mundo consegue envelhecer nesse mundo, porque a morte leva antes.

Acidentes, violência, doenças. A verdade eh que a gente não sabe qual eh nosso ultimo dia.

Eu sei que o assunto eh mórbido e muita gente não gosta nem de pensar a respeito.Mas o fato eh, a morte eh uma CERTEZA. E sendo assim, se você tem uma família que depende de você ou alguém que você se preocupa, deveria pensar :
– Se eu sair de casa e não voltar HOJE, como as pessoas que eu amo vão (sobre)viver na minha ausência?
– Eles terão condições de fazer ao menos o meu funeral dignamente, sem depender da ajuda de amigos/parentes (porque morrer eh MUITO caro, caso voce nao saiba)?
– Terão condições de seguir com a vida enquanto se resolve um inventario (caso haja um)? E depois?
– Terão condições de pagar as despesas imediatas enquanto resolvem questões burocráticas (sim, resolver questões de pessoas falecidas da um trabalho imenso) relacionadas a minha partida?

Recentemente acompanhei um caso de um casal. Mais de 20 anos de casamento. Ambos com idade próxima a 60 anos. Ela, convalescente de uma doença cardiovascular, impossibilitada de trabalhar ha mais de 2 anos. E ele morreu subitamente de ataque cardíaco.

Passado o susto da perda inesperada e superados os primeiros momentos da dor, hora de ir ao banco resolver a vida burocrática (porque os boletos não respeitam luto, queridos). E aos fatos: não havia UM real. Um seguro, Uma capitalização, Uma previdência…ele, autônomo, ha anos nao pagava INSS, portanto nao deixou pensão.

A esposa, convalescendo ainda de sua própria doença e tendo que conviver com a dor da perda, ainda precisa lidar com o fato de que não ha N-A-D-A, nenhuma provisão para ela seguir em frente. Por sorte ela tem filhos e familiares que vão ajuda-la nessa fase. Mas e se não tivesse?

O assunto eh seríssimo e as famílias precisam adquirir a consciência e perder o pudor de discutir sobre dinheiro, finanças e provisões em casos como esse, de morte. Se você de fato se importa com alguém, faz parte desse cuidado pensar nisso. Saber lidar com dinheiro e enfentar de frente a possibilidade da morte, demonstra MATURIDADE.

Tambem sei que em muitas familias muita gente nao toca nesse tema pois ja existem disputas e diferencas tamanhas, que a pessoa tem medo de comecarem a perceber que a pessoa vale mais morta do que viva..cada um sabe a familia que tem, nao eh mesmo? #Tenso

Claro que, todos na familia precisam trabalhar e se virar, e ponto aqui nao eh trabalhar a ponto de nao viver plenamente a vida para deixar algo para alguem. Mas como no caso que mencionei, as vezes bem no momento que voce parte, o outro tambem nao esta em boas condicoes – doente, desempregado..e ai?

Nao estou falando pra você revelar toda sua vida financeira se você não se sente pronto pra isso (e cada um tem seus motivos, não julgo), mas de você garantir que o minimo que eles precisam ter para seguir na sua ausência, eles terão.

Enfim, o tema eh controverso e não estou aqui para deixar ninguém confortável. Mas se você tem cônjuge, filhos, pais, irmãos, avos, ou quaisquer pessoas que dependam financeiramente de você, você deveria pensar nisso ja.

A morte NÃO EH um imprevisto e você deveria pensar nisso. Planos de assistência funeral, provisão ou mesmo a orientação para a sua família do que fazer, a quem e onde procurar, na sua súbita ausência, por mais que sejam difíceis, são necessários para que todos possam viver na tranquilidade de que tudo (materialmente) estará minimamente organizado.

Ja pensou nisso? Como você e sua família lidam com essa questão?

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